sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Filmes pro final de semana - 09/12

1. Os Descendentes (The Descendants, 2011)
É em paradisíacos cenários do Havaí que Alexander Payne conta a divertida e emocionante história do advogado Matt King (George Clooney), que se depara na delicada situação de ter a esposa numa UTI e precisa encarar a tarefa de cuidar sozinho das filhas, uma criança e uma adolescente, que mal conhece. Paralelo a isso, há também a relação (não muito boa) com os sogros e a questão da venda bilionária das terras da família junto aos seus vários primos. A pressão vinda da relação com as filhas, com a família e o próprio legado deixado para Matt o obriga a decidir o que realmente importa, com o peso de saber que suas decisões irão interferir diretamente na vida de muitas pessoas. Além do ótimo roteiro, a atuação de Clooney é outro destaque, deixando de lado o charme que lhe é peculiar para assumir as vezes de um homem cansado que tenta reatar os laços com seus entes queridos.
Nota: 9,0/ 10
2. 50%  (50/50, 2011)
Joseph Gordon-Levitt, queridinho da nova geração, dá um show de talento e carisma no papel do jovem Adam, um sujeito muito boa gente que descobre aos 27 anos ter um câncer raro, agressivo e supostamente incurável. Adam, que não fumava, não bebia e não fazia mal a ninguém, se pergunta então porque algo tão ruim estava acontecendo com ele. É com a ajuda do melhor amigo irresponsável mas muito fiel Kyle (Seth Rogen) e da analista Katherine (Anna Kendrick) que Adam aprende a lidar com seu problema, toma decisões importantes para aproveitar a vida diante do risco de sua piora e enfrenta os medos relacionados a seu tratamento e a sua chance de sobrevivência de 50%.
Nota: 8,5/ 10
3. Sangue Negro (There will be blood, 2007)
Um filme excepcional em todos os sentidos. Estrelado por Daniel Day-Lewis, Sangue negro trata com muito realismo e objetividade sobre ambição a partir de Daniel Plainview (Day-Lewis), mineiro pobre que descobre no petróleo a possibilidade de obter o dinheiro e o poder que sempre quis ter. Para isso, inicialmente ele conta com nada além de suas próprias mãos e mente aguçada, construindo a cada palmo de terra cavado seu império e endurecendo seu coração. Não são poucos os desafios que ele enfrenta, entre eles o pastor de uma pequena cidade, Eli (Paul Dano), que mostra a influência que um líder religioso possui num lugarejo esquecido do deserto da Califórnia. A história forte e sólida escrita e dirigida por Paul Thomas Anderson ganha vida a partir da atuação marcante de Day-Lewis, responsável por seu segundo Oscar e sem dúvidas a melhor em muitos anos no cinema americano.
Nota: 9,5/ 10
4. Beleza Americana (American Beauty, 1999)
 Um verdadeiro tapa na cara da classe média americana. Lester Burnhan (Kevin Spacey), o protagonista, é um pai de família cansado e entediado na monótona vida de típico trabalhador, com um emprego medíocre e muitas frustrações na vida profissional e pessoal. É casado com a famigerada Carolyn (Annette Bening), uma corretora de imóveis ambiciosa que se esforça para manter as aparências de família feliz, apesar do casamento desgastado, e sufoca a filha adolescente Jane (Thora Birch) com exigências, na tentativa de transformá-la numa garota prodígio. A história pega impulso com o surgimento de Angela, colega de Jane, por quem Lester se apaixona no auge de sua crise de meia-idade. A partir daí, a relação da família Burnhan com Angela, com os vizinhos Fitts e consigo mesma se torna uma sátira sobre beleza e satisfação pessoal, apunhalando sem piedade o desgastado sonho americano. O filme é cínico, dinâmico, provocante e envolvente. Merecidamente vencedor de cinco Oscar, incluindo melhor filme, diretor e ator (Spacey).
Nota: 10
5. Um Estranho no Ninho (One Flew over the Cuckoo's nest, 1975)
Tá aí um filme que consegue me deixar emocionado de verdade. A história do malandro Randle P. McMurphy (Jack Nicholson), que se finge de louco para sair do presídio onde cumpria trabalhos forçados e vai para um hospício é um convite à reflexão sobre a psiquiatria manicomial e principalmente sobre liberdade e desafio ao sistema. Isso porque McMurphy vai encontrar o verdadeiro diabo de saias e touca: a enfermeira chefe Ratched (Louise Fletcher), que odeia toda e qualquer coisa que atrapalhe a disciplina e perfeita harmonia em seu hospital psiquiátrico. Onde esperava encontrar vida mansa, o bandido vai encontrar um ambiente tenso e sufocante, em que regras antigas e rígidas valem mais que a felicidade ou mesmo a vida humana. Filme excelente que faturou os cinco prêmios principais do Oscar, filme, direção, roteiro adaptado, ator (Nicholson) e atriz (Fletcher).
Nota: 10

Luís F. Passos

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