sábado, 23 de julho de 2016

Mesmo se nada der certo - música é a salvação

Mesmo se nada der certo (Begin again, 2013) é uma espécie de Apenas uma vez (Once, 2006) mais recente. Se formos analisar a proposta dos dois e a forma como ambos se desenvolvem, dá até para perceber vários pontos de grande similaridade. Deixando de lado o fato de que Apenas uma vez é, inquestionavelmente, melhor, mais interessante, mais envolvente, mais emocionante e mais simples, Mesmo se nada der certo consegue manter-se bem com sua proposta, seu elenco estelar e seu inegável charme. 

No filme, temos a união inesperada entre Dan (Mark Ruffalo), um produtor musical cuja carreira se encontra estagnada após anos de abusos, crises emocionais, problemas familiares e más escolhas profissionais e Gretta (Keira Knightley), uma jovem britânica pouco ambiciosa, porém muito talentosa, que viaja à Nova Iorque acompanhando seu namorado Dave (Adam Levine), que, literalmente de uma hora pra outra, acaba de se tornar uma grande estrela pop em ascensão após o sucesso de uma participação de uma de suas músicas em um filme aparentemente bem popular. O fato é que, como se poderia esperar, a relação dos dois, apesar de longa e aparentemente forte, não consegue suportar as mudanças na vida de Dave, que por fim acabam criando um abismo entre eles. Dan e Gretta. Dois derrotados engolidos por Nova Iorque que, numa noite de completa frustração para ambos, acabam se conhecendo por coincidência e a partir deste momento passam a seguir um caminho juntos, ela como cantora e ele como seu produtor musical, cujo objetivo comum é a produção de um demo com os trabalhos de Gretta para tentar que a mesma consiga um contrato com a antiga gravadora de Dan e que ele consiga de volta seu emprego. As coisas não são fáceis e, dotados apenas de muito companheirismo e força de vontade, os dois conseguem montar um grupo muito pouco usual de músicos desconhecidos para gravar o demo fora de estúdio, usando as ruas e a vida de Nova Iorque como pano de fundo para a produção.

                Mesmo se nada der certo é o tipo filme que faz as pessoas se sentirem bem. É bastante otimista, muito carismático e possui um roteiro satisfatório, apesar de passar longe de ser algo inovador. É um filme bastante empático, dotado de uma trilha sonora agradável e que celebra, acima de todas as coisas, o companheirismo, a amizade e o amor à música. Não faz a vez de drama romântico, não é manipulativo e muito menos pretensioso. É apenas um filme sobre um grupo de pessoas desajustadas que decidem dar a volta por cima através daquilo que mais amam: a música.

Nota: 7.5/10

Leia também:


Lucas Moura

Nenhum comentário:

Postar um comentário