sexta-feira, 17 de junho de 2016

Filmes pro final de semana - 17/06

1. Intriga Internacional (North by northwest, 1959)
 Depois de Um corpo que cai, que não foi bem recebido por público e crítica, Alfred Hitchcock lança aquele que veio a ser um de seus maiores sucessos: o intenso Intriga Internacional. Cary Grant, assíduo colaborador de Hitchcock, é o publicitário Roger O. Thornhill, executivo de publicidade confundido com um agente secreto que a partir do infeliz mal entendido precisa fugir de um lado pra outro dos Estados Unidos, muitas vezes atrás da misteriosa loira Eve Kendall (Eve marie Saint), que tem uma estranha relação com aqueles que querem sua cabeça. Um filme cheio de ação, que lembra muito 007 (tanto que Hitchcock se recusou a dirigir o primeiro 007 afirmando que era plágio de sua obra), mas que eu esperava mais. Desculpa, Hitch.
Nota: 8,5/ 10
2. Morangos Silvestres (Smultronstället, 1957)

Um dos melhores e mais conhecidos filmes de Ingmar Bergman também é um dos mais influentes. Em filmes como Desconstruindo Harry de Woody Allen podemos ver traços da imortal história de um médico e professor universitário, Isak Borg (Victor Sjöström), que viaja de Estocolmo a sua cidade natal de carro para receber uma homenagem. Um dia na estrada junto de sua nora e uns jovens caroneiros fazem o velho Isak relembrar sua juventude, seu amor por uma prima e pensar em sua vida, mergulhada no trabalho, cheia de decepções, além de pensar na própria mortalidade - tema que inicia o filme, quando Isak tem um sonho sombrio. Coroado no Festival de Berlim com Urso de Ouro (melhor filme) e prêmio de melhor ator para Sjöström, Morangos Silvestres permanece atual e vivo entre sua enorme legião de fãs.
Nota: 10
3. Disque M para matar (Dial M for murder, 1954)
Ray Milland, grande ator do cinema clássico e vencedor do Oscar de melhor ator por Farrapo humano (1945) vive aqui um ex-tenista chamado Tony Wendice, um cara cujo dinheiro se foi há algum tempo junto com a carreira no esporte. O alto padrão que ele ostenta é patrocinado por sua bela esposa Margot (ninguém menos que Grace Kelly), mas o casamento dos dois não vai bem e ele descobre que ela pretende deixá-lo para viver com um amante. Para não perder a boa vida - aliás, melhorar a vida financeira - Tony decide matar a esposa e ficar com todo seu dinheiro. Contrata um amigo para matá-la, mas o tiro sai pela culatra e no momento de desespero, Margot reage e mata o criminoso. Final feliz? Calma, nem chegamos à metade do filme. Tony elabora rapidamente um plano B e... só assistindo pra saber. Hitchcock, do jeito que só ele sabia fazer, conduz cenas muito tensas segurando os mistérios da macabra trama do marido ambicioso. Show de direção.
Nota: 9,5/ 10
4. Sabrina (1954)
Depois de sua triunfante estreia no cinema em A princesa e o plebeu, dirigido por William Wyler, que de cara lhe deu um Oscar de melhor atriz, Audrey Hepburn trabalhou com outro grande diretor, Billy Wilder. Na pele da protagonista Sabrina, Audrey interpreta a jovem filha do motorista de uma das famílias mais ricas de Nova York, que é apaixonada por um dos filhos do patrão. Decepcionada pelo fato do amado David (William Holden) ser um cafajeste, Sabrina viaja para a Europa para estudar, e volta anos depois transformada numa elegante mulher. A nova Sabrina vai voltar a mexer com o mulherengo David mas também com seu irmão mais velho, o austero Linus (Humphrey Bogart). Filme simples, mas prato cheio de elegância e do humor ácido de Billy Wilder.
Nota: 8,5/ 10
5. Crepúsculo dos Deuses (Sunset boulevard, 1950)
Crepúsculo dos deuses é uma grande crítica à própria indústria do cinema e do entretenimento, um mundo que pode num momento elevar uma pessoa ao céu e, em questão de minutos, lançá-lo no total ostracismo quando não lhes é mais conveniente. É isso que ocorre com a Norma Desmond interpretada por Gloria Swanson. Uma musa do cinema mudo largada no esquecimento após o advento do cinema falado e que sofre com sua loucura e suas obsessões ao mesmo tempo em que alimenta fantasias megalomaníacas de uma volta ao estrelato que jamais ocorrerá. O roteiro de Wilder é fantástico. A forma como amarra as diferentes circunstâncias que culminam para o grande final, que é revelado já no início do filme, é de uma inteligência incrível. O filme é ácido, maldoso e as coisas se desenrolam de uma maneira ironicamente cruel para todas as personagens. Wilder não se importa de vê-las sofrer e as castiga pelos seus erros.  Filme não só obrigatório como essencial para os amantes do bom cinema.
Nota: 10

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