domingo, 23 de setembro de 2012

A Princesa e o Plebeu - a grande estreia de Audrey Hepburn

Ann (Audrey Hepburn) é uma princesa de um país europeu que está visitando as principais capitais da Europa. Em público, aparenta sempre ser uma jovem séria, gentil e dedicada aos compromissos reais. No entanto, em sua intimidade, ela se mostra uma pessoa totalmente diferente. Ao contrário da figura correta que é obrigada a mostrar, Ann é infeliz e está constantemente entediada pelos enfadonhos compromissos reais. Apesar de ser uma vida de luxo, a vida da realeza é incrivelmente previsível e, de várias maneiras, fútil e quase desnecessária. Por essas razões ela está tão cansada de tudo aquilo e quer sair pelo mundo, conhecendo pessoas e lugares novos e aproveitando pequenos prazeres da vida.
Em sua visita à capital italiana, após uma crise histérica, ela resolve fugir do palácio e ir para a cidade como uma pessoa normal. No entanto, antes de fugir, ela havia sido medicada para que sua histeria fosse controlada. No fim das contas, acaba dormindo em praça pública no meio da cidade. É aí que ela conhece Joe Bradley (Gregory Peck), que acaba levando-a para sua casa por ela não ter condições de se cuidar sozinha estando entorpecida pela medicação.
Bradley é um jornalista de um jornal qualquer que, ao descobrir que a moça de quem é obrigado a cuidar, é na verdade a princesa, percebe que ali está uma verdadeira mina de ouro. Decide, então, aproveitar a oportunidade e tentar arrancar de Ana detalhes de sua vida pública e privada e publicá-los num jornal pelo valor de cinco mil dólares (ou mais), contando com a ajuda de seu melhor amigo, Irving (Eddie Albert), que vai tirar fotografias da princesa.
Sem ela desconfiar de nada, os três passam a percorrer as ruas de Roma, visitando belos pontos turísticos da cidade, onde a moça vai fazer todas as coisas corriqueiras feitas por gente comum que ela jamais teve a oportunidade de fazer e se divertem em situações das  mais banais às mais improváveis. Obviamente, um não sabe a verdade sobre o outro. Ana se passa por uma estudante de um colégio interno e Bradley por um trabalhador da indústria de produtos químicos.
A química entre Ann e Bradley é nítida desde as primeiras cenas e, obviamente, ao longo do dia os dois acabam se apaixonando e vão viver intensamente cada minuto juntos, sabendo que seu relacionamento sofre impedimentos gigantes.
O grande mérito desta simples e simpática comédia romântica é o da revelação da própria Audrey Hepburn. Se sua personagem Ann resolve sair da elite para experimentar a vida de plebéia, Audrey fez o caminho inverso: saiu do quase anonimato e se lançou de cabeça no topo de Hollywood, conquistando inclusive, o Oscar de melhor atriz, e se firmou lá de tal maneira que é, até hoje, uma das atrizes americanas mais reconhecidas. O fenômeno Audrey Hepburn, logicamente, não é inexplicável. Ann é a personagem perfeita para a atriz que fez da delicadeza a marca principal de suas personagens (até mesmo da própria Holly Golightly).
Por mais que deva muito à presença de Audrey, A princesa e o plebeu (Roman Holiday, 1953) também conta com um excelente elenco, um bom roteiro (é previsível, mas o final foge um pouco do padrão dos finais felizes dos filmes de romance) e conta com a direção de William Wyller, um dos principais diretores de sua época.

Leia também: Bonequinha de luxo

Lucas Moura

2 comentários: