quinta-feira, 7 de junho de 2012

O outro lado da meia-noite - o melhor de Sidney Sheldon

Aos 17 anos a jovem Noelle Page já era a mulher mais linda de Marselha, no sul da França. Filha de pescador, ela cresceu perto do cais, em meio à pobreza e a homens que passavam metade da vida no mar. Apesar da sua difícil realidade, Noelle se sentia uma princesa, admirada e invejada por todos. Em 1939 arranjou emprego como modelo  um uma loja, e depois de ser assediada por seu patrão, conseguiu fugir para Paris.
Na capital francesa Noelle conheceu o militar Larry Douglas, americano que estava combatendo na Guerra junto à aviação britânica. Larry era um homem bonitão e carismático, e foi atraído por Noelle - assim como ela foi atraída por ele. A paixão intensa durou dias, até que Larry precisou ir a Londres, deixando a francesa perdida de amor e a promessa de voltar logo - que ele nunca cumpriu.
Na mesma época e do outro lado do Atlântico, Catherine Alexander havia conseguido uma bolsa na universidade. Nascida em Chicago, era filha de um inventor malsucedido, mas a quem admirava bastante. Catherine era uma aluna exemplar, mas apesar de bonita, não tinha sorte nos relacionamentos. Em virtude da guerra, ela sai de Chicago e vai a Washington, onde começa a trabalhar para o Departamento de Estado, junto a Willian (Bill) Fraser. Os dois se apaixonam, mas o coração da moça fica perturbado por um certo Larry Douglas, piloto americano que retornara da Europa. Larry e Catherine se casam, mas o que inicialmente era um conto de fadas foi mudando, porque a vida de civil não era pra Larry. A solução apareceu anos depois, quando este arrumou um emprego de piloto particular com um magnata grego, e o casal se muda para o sul da Grécia.
Mais que uma promessa, Larry deixou um bebê no ventre de Noelle, que sofreu aborto. A loirinha passa por maus bocados mas se recupera, se tornando atriz e colaborando com o movimento da Resistência francesa. Passada a guerra, sua carreira cresce cada vez mais e Noelle se torna uma lenda, atraindo a atenção de todo o mundo, em especial de um homem incomum: o grego Constantin Dimiris, o cara mais rico do planeta, e um dos mais influentes.  Constantin e a atriz se tornam amantes, e ela é apresentada a um mundo em que o dinheiro e o poder parecem ilimitados.
O novo patrão de Larry era ninguém menos que Dimiris. A verdade é que desde a Guerra Noelle seguia todos os passos do piloto através de detetives, e conseguiu fazer com que seu amante o contratasse, planejando se vingar. Inicialmente ela se comporta como uma perua sem noção, maltratando Larry de todos os modos - isso porque o cara não deu nenhum sinal de que já a conhecia. O fato de Larry não lembrar de nada que havia ocorrido em Paris, anos antes, só aumentou o desejo de vingança de Noelle. Mas em certo momento ele lembra de tudo, a atração mútua é despertada, mudando totalmente os planos de Noelle. O problema é que os dois ignoram Constantin, seu poder e seu ódio, envolvendo-se numa trama perigosissima.
Depois de ler uns doze livros de Sidney Sheldon, eu já era fã de carteirinha, o que só aumentou depois que li O outro lado da meia-noite (1974). O livro é considerado o melhor escrito pelo cara, além de ser um de seus maiores sucessos de vendas. A história é envolvente como de costume, mas é surpreendente como nenhuma outra do escritor. As personagens principais são algumas das mais conhecidas e queridas de toda a obra de Sidney Sheldon: a sensual e vingativa Noelle, o aventureiro Larry, o temível Constantin e a inocente Catherine - essa última inocente mesmo, que se vê num triângulo amoroso que desperta o ódio do implacável magnata grego. O outro lado da meia-noite fez tanto sucesso que foi feita uma continuação, Lembranças da meia-noite.
ps: Ano passado, quando escrevi sobre os dez livros que mais gostei em 2011, O outro lado da meia-noite ficou de fora porque o li bem no fim do ano. Mas certamente ele estaria entre meus cinco preferidos.

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